21 de dezembro de 2020

Feliz Natal

 

(imagem retirada da net)

Prometo voltar em breve. 

Schéi Krëschtdeeg; Merry Christmas; Frohe Weihnachten; Счастливого Рождества; Joyeux Noël; Nollaig Shona; 诞快乐; З Різдвом Христовим; Feliz Navidad; Buon Natale

25 de setembro de 2020

Estou cá desconfiada

 que me puseram um bruxedo de amor em cima....


(Foto tirada por mim)

21 de agosto de 2020

Linha ténue

 Há imagens que nos ficam para sempre e a imagem do meu pai a bater palmas e a cantar a canção dos parabéns no seu aniversário não se apaga.

Observei-o, abanava a cabeça ao som da música, enquanto mexia os lábios e batia palmas e nós cantávamos os parabéns para ele.

Perante aquele cenário e esta imagem que não me sai da cabeça, sei que agora, não é ele quem toma conta de nós, com aquele sentido de humor tão apurado. Somos nós que tomamos conta dele. Passou de cuidador a Ser que requer cuidado, o que nos provoca uma quantidade diversificada de sentimentos que se alternam entre a tristeza, o desespero e a alegria, conforme o pai desaparece ou aparece.

A demência tem-se instalado e tem-no transformado numa outra pessoa, desconhecida. 

Esta é uma pessoa que se esquece das palavras e por isso tem dificuldade em exprimir-se. Desequilibra-se constantemente e já caiu várias vezes. Diz a médica que não irá melhorar, só piorar. Por vezes, falamos com ele e o olhar é vazio, percebe-se que procura dentro dele significado para o que acabámos de dizer, mas não encontra, então simplesmente não responde. 

Outras vezes mostra-se teimoso ou diz algo que nos faz rir, o que é sinal que ele ainda lá está. 

A demência faz-nos sentir impotência e incapacidade. Faz-nos sentir medo e pensar no nosso futuro. 

A demência faz-nos sentir exaustos e culpados. 

Em suma, a demência é uma das mães de todos os sentimentos negativos e trouxe consigo a transformação não só do meu pai, mas da minha família também.

7 de julho de 2020

Facto


“Things present themselves to you, and it's how you choose to deal with them that reveals who you are.

We all say a lot of things, don't we?, about who we are and how we think. But in the end it's your actions, how you respond to circumstance that reveals your character.”

Cate Blanchett



25 de março de 2020

Um dia de cada vez

Estou em casa em teletrabalho. Para me proteger e proteger os outros.

Preferi ficar em casa dos meus pais. Preocupo-me e longe não estaria bem.

Aqui em casa estamos a seguir as recomendações da OMS e da Direcção Geral de Saúde.

Cada dia tornou-se stressante:

1) A Comunicação Social foi alarmista e ainda bem (nunca pensei dizer isto). Foram de tal forma que conseguiram que a maioria das pessoas compreendesse a gravidade da situação. Mas compreender a gravidade de algo causa ansiedade, angústia. Não evito ver notícias, mas filtro o que vejo e apenas para saber o que se passa no mundo. A cada dia preparo os meus para a subida da mortalidade e contagiados. Preparo-os para as más notícias e lembro sempre que a subida é natural, as pessoas não sabiam que estavam doentes. Mas espera-se que em Abril os números comecem a descer. Este trabalho é feito para que a ansiedade e o medo diminuam.

2) Estar 24h numa casa com crianças é testar os limites. É um desafio. Sou uma pessoa paciente, mas já comecei a utilizar as reservas. Os miúdos não param. Querem estar sempre ocupados. Embirram uns com os outros. Querem o que o outro tem. Tento ter uma abordagem didactica, mas por vezes perco o controlo. Eles sossegam uma meia hora. O tempo quase necessário para os adultos restabelecerem as reservas de paciência, de compreensão. Mas dura pouco tempo.

3) Os adultos, aqui em casa, têm características distintas e tudo o que é diferente ou muito igual provoca conflito. Estamos a conseguir relativamente bem lidar uns com os outros.

4) O meu pai é o que nos tem preocupado mais, é uma pessoa com a saúde frágil e tem desenvolvido demência. Portanto, todos os dias temos de lhe explicar porque não pode sair, porque tem de lavar as mãos constantemente. Porque tem de evitar o contacto com os outros. Porque não vêm as minhas irmãs cá a casa. O meu pai compreende e faz o que lhe pedimos, mas no dia seguinte temos de explicar novamente.

5) Estou em casa a trabalhar, passo os meus dias a responder a e-mails, a contactar os meus doentes e idosos, pois é o possível neste momento. Continuam a encher-me o coração com as palavras que só estas pessoas têm a capacidade de transmitir. Mas mesmo assim o tempo parece não passar. Então nas horas em que não estou a berrar com os meus sobrinhos, a fazer do quarto da minha irmã o meu call center ou a responder a e-mails, tenho estudado. Tenho tentado aprender mais e a preparar-me para as mudanças que me propus atingir este ano. Eu sei que provavelmente vou ter de adiar os prazos, mas não vou desistir.

VAI CORRER TUDO BEM!

31 de janeiro de 2020

Um idoso disse:


"Cada coisa tem o seu lugar, sou ordenada e organizada nas coisas como o sou na alma e no coração."

Por Emília Rosa, em: https://www.noticiasmagazine.pt/2020/para-o-lar-com-a-casa-as-costas/historias/245257/


Nota: Este artigo é uma inspiração.