Nunca trabalhei num sítio em que
as pessoas fossem tão arrogantes, com posturas de altivez, mesquinhas e más
como aqui. E olhem que já trabalhei com pessoas com as habilitações todas e
cargos importantérrimos.
Aqui, são coscuvilheiras,
maldosas, mentirosas e influenciadoras.
O meu trabalho envolve estar com
doentes e idosos e essas pessoas não têm caganças, são elas, autênticas,
sem máscaras, sem lenga-lenga. Aceitam-se e querem apenas viver. Têm-me
ensinado o que é realmente importante. Que viver, amor, atenção e cuidado é muito
mais importante que ter coisas, dinheiro, status.
É por isso que quando vejo as coleguinhas
naquela posição de altivez, sentadas no trono (para além de imaginar que
deveriam ter um penico sempre à mão) penso como sou diferente.
Não quero nada
disso. Quero apenas que as pessoas que amo estejam bem de saúde, alegres e em
paz.
Não quero um trono, não quero
status, quero sentir que faço bem às pessoas que precisam de mim, pois só assim
sinto que ando cá a fazer alguma coisa.
Tenho o meu QB de futilidade e de
parvoíce, sou picuinhas, perfeccionista, paranóica, esquecida, mas não sou má, coscuvilheira,
mesquinha e mentirosa. Porque desde sempre tive bons exemplos o
que me fez querer ser melhor, não perfeita, mas o melhor que posso ser.
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